Resenha Crítica da Música: "A Natureza das Coisas" , Por: Daniel Freire.

    “Se avexe não, amanhã pode acontecer tudo inclusive nada.”

Por: Daniel Freire             

A música “A natureza das coisas”, interpretado por Flávio José (cantor antigo e um dos melhores de forró pé de serra, o qual sofreu influência de Gonzagão e Dominguinhos) foi composta por Petrúcio Amorim, conhecido compositor e cantor nordestino, natural de Caruaru-PE, o qual tem como apelido “poeta do pé de serra”, compôs músicas como: Tareco e Mariola, Anjo Querubim, Cidade Grande, Filho do dono, Meu cenário, dentre outros sucessos do legítimo forró pé de serra.

Essa música expõe com uma expressão nordestina “se avexe não” (traduzindo = não fique nervoso, não se apresse). Nesta obra interpreta-se que não se deve se preocupar, pois tudo tem o seu tempo, pois uma hora vai dar certo, não sabemos o dia de amanhã tudo pode acontecer e para conseguir subir na vida é preciso ter força de vontade, como respectivamente nos trechos a seguir: “A lagarta rasteja até o dia em que cria asas”, “Observe quem vai subindo a ladeira seja princesa, ou seja, lavandeira, para ir mais alto vai ter que suar” e “Amanhã pode acontecer tudo inclusive nada”.

Esta obra é de fácil interpretação, o ritmo harmonioso entre a sanfona, zambumba e triângulo embala a percepção da letra, levando ao ouvinte a participar da música, cantando e até mesmo dançando. A música de Petrúcio possui um vocabulário típico do nordeste, expressão que é usada com frequência no interior, quem escuta esta música e não ser do sertão ou não ter algum conhecimento, terá dificuldade em saber o que é esta expressão (“se avexe não”). 

A natureza das Coisas: